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Na saúde, a criptografia é fundamental para proteger os dados de pacientes e segurança para o profissional da área

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20 de outubro de 2022

A preocupação com os dados dos seus pacientes, faz o psicólogo Gustavo Andrade Soares, guardar os prontuários dos seus atendimentos com mais segurança. Ele é um dos profissionais da saúde que utiliza ferramentas de criptografia como um elemento de segurança informacional dos dados sensíveis dos seus pacientes.

“Eu sou psicólogo e anoto os meus casos, anoto prontuários e questões de supervisão dos casos. Enfim, demais questões que envolvem os casos que eu atendo. Eu os anoto em agregadores de notas e eu tenho uma certa preocupação com isso, já que são casos que devem ser mantidos em sigilo”, explica Soares. Ele ressalta que o sigilo é um dos pilares da profissão. “Então para a clínica funcionar, o sigilo tem que ser garantido, então eu acho que isso já torna essa preocupação uma questão”, aponta.

Ele diz que a partir do momento que teve conhecimento de alguns vazamentos de dados na Internet, surgiu essa preocupação “porque às vezes tem pacientes que são figuras mais públicas, que estão envolvidos com projetos que muitas vezes têm relevância na fala deles e acabam entrando nas anotações e isso são dados mais sensíveis. É mais nesse sentido, de proteger o sigilo mesmo”, aponta Soares.

Gustavo Soares destaca que a preocupação com a segurança das informações e dados dos seus pacientes parte também do receio de algum ataque ao seu computador, seja remoto ou diretamente. “Se isso acontecesse, essa pessoa poderia ter acesso fácil a esses arquivos e reconhecer quem são as pessoas que eu atendo. Ali tem questões muito pessoais, muito confidenciais”, explica.

O começo de tudo

Gustavo Soares diz na sua CriptoHistórias que não sabe dizer ao certo quando começou o interesse por ferramentas para a segurança digital, mas aponta que a necessidade de utilizá-las estava muito evidente desde o começo. “A princípio eu já anotava questões de estudo e fichamento de textos pelo One Note, do Windows, e essa ferramenta permite que você crie senhas para essas sessões então eu criava uma nova página e já colocava uma senha ali quando era uma questão mais sigilosa de casos”, explicou.

Ele prossegue dizendo que depois começou a usar um outro agregador de notas, o Obsidian, que permite uma codificação melhor. “Ele é uma ferramenta mais flexível, que permite que você conecte as notas e o uso de alguns códigos. À medida que eu fui passando as anotações para lá e comecei a usar por ele, eu decidi passar os casos para essa ferramenta”, afirmou.

Aprender para proteger

Gustavo Soares também destaca que a cada dia, tem se aprimorado no entendimento sobre como usar melhor a criptografia. Ele diz que está estudando com profundidade o assunto, e que até já aprendeu algumas funções de Python. Mas, afirma que tem usado diariamente, além das aplicações listadas anteriormente, técnicas que disfarçam ao máximo o nome dos pacientes. “Eu adoto códigos para cada um, então eu não coloco o nome, eu coloco o código que eu vou saber quem é. Mas os meus dados estão atualmente desprotegidos”, reconhece.

“Algumas funções Python que tenho estudado podem ser aplicadas no Obsidian e elas permitem através de um comando e/ou uma key, encriptar e desencriptar uma nota. Mas por enquanto eu não cheguei a nada muito conclusivo, ainda estou buscando uma melhor maneira de fazer isso, uma maneira que seja rápida e não precise também de um grande malabarismo para acessar”, explica.

Gustavo Soares avalia que a questão da criptografia e da segurança digital é muito importante para o seu trabalho. “Praticamente eu só utilizo no meu computador e celular para anotações, eu as sincronizo e é um método muito mais fácil. Mas eu tenho muita preocupação de onde esses dados podem parar e o que eu faço com eles para proteger”, diz.

Assim como o Gustavo, profissionais de diferentes áreas do conhecimento também protegem seus dados e dados de terceiros com criptografia e outras ferramentas de segurança digital. Você pode conferir suas histórias no projeto CriptoHistórias

Na sexta-feira, 21 de outubro de 2022 as 11h30, teremos uma live no instagram para falar sobre histórias reais de segurança digital e como a criptografia se insere nessas realidades. Venha participar!

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Marcos Urupá é jornalista, advogado, Doutor em Comunicação e Sociedade pela Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador em Direitos Digitais.

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